Foi dos poucos jogadores do Sporting que nos
últimos 16 anos honraram e suaram a camisola que vestiram. Foi
um verdadeiro «Leão» dentro do campo e um grande profissional
quer dentro quer fora dele. Apresentando como principais
argumentos a sua garra, a sua total entrega ao jogo e a sua
força de vontade, foi um dos melhores jogadores a actuar no
nosso país na posição de trinco, chegando mesmo a jogar
noutros lugares sem nunca comprometer a actuação da equipa.
Chegou inclusivé a ser guarda-redes (como ilustra a imagem) num
jogo da supertaça contra o Porto, sendo um dos grandes
responsáveis pela ida a um terceiro jogo no qual os nossos
ganharam por 3-0. Foi o único jogador do nosso clube que
envergou a camisola das quinas por mais de 50 vezes, estando
mesmo presente numa fase final de um campeonato da europa em
1996.
Apesar de tudo o que deu ao seu «clube de coração», não teve
nem de longe nem de perto o tratamento que merecia. Quiseram
antecipar o fim da sua longa e brilhante carreira, quando só o
próprio o poderia fazer. São jogadores como o Oceano, o Sá
Pinto, o Marco Aurélio e o Yordanov, bem como dirigentes como
Sousa Cintra, Júlio Santos e o Dr. Dias Ferreira que contribuem
para o engrandecimento do nosso clube e não uma «cambada» de
individuos que nada percebe e que (mais grave) nem sequer gosta
de futebol.
Não serão, porventura, os Norton de Matos, os Couceiros, os
Janelas e os Drs. Simões de Almeida que irão levar o clube rumo
ao tão ambicionado título de campeão nacional. Bem pelo
contrário, conseguiram destruir uma grande equipa que a
direcção de Sousa Cintra tanto se tinha empenhado em construir,
constituída por jogadores de inegável categoria e que tinha
todas as condições para lutar pelo título. Mais grave, puseram
em causa a dignidade do clube para com os seus mais carismáticos
atletas, passando o mesmo a funcionar como um verdadeiro refúgio
de jogadores sul americanos, a maior parte deles de duvidosa
qualidade.
Gostaria, por fim, de agradecer ao Oceano por tudo o que deu ao
Sporting nas 11 épocas que «vestiu de verde e branco» e
desejar-lhe as maiores felicidades na sua nova etapa no Toulouse,
para assim poder demonstrar àqueles que queriam que deixasse de
jogar que estavam profundamente equivocados. Espero um dia vê-lo
regressar pela «porta grande» ao seu clube de sempre, seja como
jogador ou mesmo como treinador principal.